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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pirenópolis - Goiás

A história de Pirenópolis - Goiás

 
 

História


A história de Pirenópolis é uma das mais relevantes do Estado de Goiás. A cidade foi fundada como um pequeno arraial em 1727, quando Manoel Rodrigues Tomás, chefe de um grupo de garimpeiros submetidos ao bandeirante Anhanguera e guiado por Urbano do Couto Menezes, chegou à região com a missão de descobrir novas jazidas de ouro. A antiga Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte (nome inspirado em uma enchente que derrubou parte da ponte do Rio das Almas) tornou-se um acampamento de garimpeiros e teve seu crescimento ligado a essa atividade. A mão-de-obra principal era formada de escravos negros e índios que ainda habitavam a região. Ela se tornou uma terra sem lei marcada pelo autoritarismo, violência e sonegação de impostos.

A primeira rua da cidade, era uma ligação entre uma pousada (na saída para Vila Boa, hoje Goiás) e o garimpo de ouro, transportado pela Estrada do Norte, que passava por dentro da Fazenda Bomsucesso. O centro urbano desenvolveu-se em torno da Igreja Matriz até a construção das Igrejas do Bonfim e do Carmo, que atraíram casas para seus arredores. Entre 1830 e 1834, a cidade sediou o primeiro jornal do estado de Goiás, chamado Matutino Meia Pontense.

Na segunda metade do século XVIII, o crescimento de Pirenópolis ficou paralisado devido à crise da exploração do ouro. Em 1800 acontece uma retomada da economia, alavancada pela agricultura (principalmente algodão), pecuária e comércio. Apesar das mudanças das rotas comerciais da região a partir de 1850, o crescimento do centro urbano vai até o fim do século XIX, quando a cidade passou por um período de estabilidade econômica e cultural.
Em 1890, seu nome oficial passou a ser Pirenópolis, uma homenagem à serra dos Pireneus, que cerca toda a cidade. A serra, por sua vez, teve seu nome tirado da cadeia de montanhas que separa a França da Espanha.

Mantendo conservada e intacta sua feição original e suas tradições, Pirenópolis foi tombada pelo (IPHAN) Instituto do Patrimônio Histórico Nacional em 1988. A cidade, apelidada de “Capital da Prata”, "Berço da Imprensa Goiana", "Atenas de Goiás" e "Paris-nópolis", entre outros, tem sua economia hoje baseada no artesanato e turismo, além da extração da pedra que leva seu nome. A "Pedra-de-Pirenópolis" é usada na construção civil para revestimentos e pisos e decora ruas e casas da cidade.
 
Artesanato
 
 
 
Em várias partes do município, é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, feita com matérias-primas regionais e criada de acordo com a cultura e o modo de vida local. Esta diversidade torna o artesanato pirenopolino rico e criativo.

CerâmicaO barro é a matéria prima dessa arte, presentes nas mais remotas manifestações culturais.
Sem dúvida, o ofício do ceramista proporciona mais intimidade com a matéria-prima: é tocando e modelando o barro que dá a forma criativa do artesão.

MadeiraA madeira de demolição foi um material muito usado para a confecção de móveis no período colonial, hoje com grande dificuldade de ser encontrado.

TecelagemMuito difundida por todo o país, é também encontrada em Pirenópolis. Desde a época colonial tecelãs desenvolviam esses trabalhos para suprirem suas próprias famílias.
Hoje, já com design contemporâneos, as peças feitas em teares manuais estão por todas as residências e se tornaram parte da decoração de interiores.

MáscarasAs máscaras, vendidas durante todo o ano em diversos modelos, são uma marca registrada do artesanato local. Durante as festas do Divino e das Cavalhadas, elas são responsáveis pela profusão de cores e alegria que se espalha por Pirenópolis.
A produção de artesanato, juntamente com o turismo, vem ganhando presença na economia da cidade.
A atividade artesanal que mais se destaca é a produção de jóias em prata, que passou a ser tradição em Pirenópolis desde a década de setenta, gerando centenas de empregos e melhorando a renda per capita da população.
Curiosidade
 
 

DE MEIA PONTE A PIRENÓPOLIS
Pirenópolis nasceu com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário devido ao ouro encontrado aqui.
Mas veio uma enchente e carregou a metade de sua ponte sobre o Rio das Almas e o vilarejo começou a ficar conhecido como Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte.
Para Meia Ponte somente, foi um pulo...
Tornou se Pirenópolis em 1890, pelo fato de estar situada entre duas grandes elevações da Serra dos Pireneus, cujo ponto culminante, com 1.385 metros de altura, fica a 18 quilômetros da zona urbana.

VIAGEM DE SAINT HILAIRE
Auguste de Saint Hilaire foi botânico, naturalista e viajante francês. Esteve no Brasil entre 1816 e 1822 e sua viagem mudou a forma como os cientistas da Europa se relacionavam com o Brasil no início do século XIX. Escreveu importantes livros sobre os costumes e paisagens brasileiros da época.

Saint-Hilaire, passou por Meia Ponte em 1819 e observando os hábitos culturais locais anotou que “à época do calor mais forte todos os habitantes do lugar – homens e mulheres – banham-se regularmente no Rio das Almas, o que contribui para mantê-los em boa saúde” e segundo a tradição local apenas nos meses que tem "r" quando suas águas estão menos frias. O rio é uma fonte de lazer até hoje.
SANTA DICA - BENEDITA CIPRIANO GOMES
Dica nasceu em 17 de janeiro de 1903. Foi à única representação em Goiás do movimento messiânico ocorrido no Brasil. Nasceu na fazenda Monzodó, a 40 KM de Pirenópolis, no vilarejo da Lagoa, que deu origem ao atual município de Lagolândia.
Desde cedo, Dica revelou seus dons especiais e manifestações mediúnicas. Aos 13 anos, Benedita cai enferma. Após tentar os recursos locais, chás e simpatias, é tida como morta ao final de três dias de prostração. “Ressuscita”, no entanto, ao lhe ser dado o tradicional banho dos defuntos.
A partir desse episódio ela chamou a atenção dos sertanejos locais que começaram a vê-la como portadora de algum tipo de poder.
No princípio, Dica foi tida simplesmente como curandeira, diagnosticando males e lhes aplicando os remédios adequados.
Após as primeiras curas, ela passou a ser acreditada também como milagreira, ao dar respostas que correspondiam às expectativas dos “fiéis”. Mas, Dica sofreu a passagem de milagreira a profetiza, pois, começou a dar conselhos, transmitir ordens e prever o que aconteceria em breve. São os milagres e profecias que transformaram a adolescente Benedita Cipriano Gomes em “Santa”, para aqueles que ali se achavam. Fez com que a propriedade rural se tornasse habitação permanente de um grande número de pessoas, originando mais tarde a “República dos Anjos” (atual Lagolândia).
A religiosidade desenvolvida por Santa Dica, juntamente com seus adeptos, consistia em conferências realizadas pela mesma e os anjos, que faziam parte da falange que ali vinha propor um novo modo de vida à população, ou mesmo para operar prodígios por intermédio daquela que era escolhida para tal. Há muitas histórias sobre milagres realizados por Dica. Conta-se que ela levitou, curou leprosos e outras enfermidades.
A romaria aumentava e a influência de Dica incomodava os políticos de Goiás, que temiam um episódio semelhante a Canudos. A “República dos Anjos” era um lugar que não obedecia às leis. O povo não pagava tributo e as fazendas deixaram de ter limites. Era uma espécie de comunidade socialista. No episódio conhecido como o “fogo” no 14 de Outubro de 1925, a guarda estadual atacou o povoado e Dica ordenou que todos se lançassem nas águas do Rio do Peixe para se salvarem.
Segundo depoimentos das pessoas mais antigas da cidade, anjos aparavam as balas que castigavam o povoado para protegê-los. Outros dizem que Dica se lançou na frente das balas e as retia com os longos cabelos negros. Mais tarde, Dica foi presa e levada para a capital do estado, Goiás Velho.
O episódio só aumentou a fama de proteção celeste sobre a mulher. Em 1932, durante a Revolução Paulista, ela comandou um pelotão de 150 homens a São Paulo para defender a integridade nacional. Conhecidos como “Pés com palha, pés sem palha” (assim ela ensinava os matutos a marchar). Voltou sem baixas e com a patente de Cabo do Exército Nacional.
A história se tornou conhecida em todo país. Dica foi levada para Rio de Janeiro e São Paulo para testes mediúnicos na Federação Espírita. Um famoso jornalista do Diários Associados foi designado para provar a possibilidade de charlatanismo, o Jornalista Mário Mendes, que acabou se envolvendo afetivamente com a milagreira. Casaram-se e tiveram cinco filhos. Mais tarde, ela foi vendida (por 40 contos de réis) pelo próprio marido para outro homem.
Por sua importância, Dica chegou a ser retratada numa pintura em nanquim por Tarsila do Amaral, um dos principais nomes do modernismo brasileiro. Dica é considerada um símbolo do movimento feminista em Goiás.
Dica morreu em 1970 acometida por um problema intestinal. Porém, seu misticismo permanece na cidade de Lagolândia. Há relatos de curas mesmo depois de sua morte. Na casa onde Dica morava, funciona um centro de reuniões espíritas, dirigido por Divina Soares, que se auto-intitula sucessora de Santa Dica.

 

MISSÃO CRULS
Luiz Cruls, belga, engenheiro civil pela Universidade de Gand, conheceu vários brasileiros, entre eles, Caetano Furquim de Almeida, que o convenceu a vir para o Brasil. Em 1874, na viagem de mudança no navio “Orenoque”, conheceu Joaquim Nabuco, que o apresentou ao imperador Pedro II e ao Ministro dos Trabalhos Públicos, Buarque de Macedo. Este nomeou Cruls membro da Comissão da Carta Geral do Império. Em 1876, foi admitido como astrônomo-adjunto no Observatório Imperial do Rio de Janeiro, hoje Observatório Nacional.

Em 1892, por determinação do presidente Floriano Peixoto, Cruls organizou uma equipe de 21 pesquisadores: geólogos, geógrafos, botânicos, naturalistas, engenheiros, médicos e higienistas, com a finalidade de escolher o melhor lugar para a futura capital do Brasil. Durante sete meses, de março a novembro, percorreram o trajeto do Rio de Janeiro até o Planalto Central num total de quatro mil quilômetros. Para orientar-se numa estrada sem pontos de referência que guiasse para o interior, Cruls calculava a posição das constelações e analisava o rumo a ser tomado. A missão produziu o que é considerado 'o primeiro relatório de impacto de meio ambiente da nossa época', publicado em 1894.

"A Comissão Cruls passou por Pirenópolis com uma comitiva formada por um grupo de 22 homens com uma bagagem 9.640 quilos, distribuídos em 206 caixas com equipamentos, armas e mantimentos. Além de demarcar a área para instalação da futura nova capital, Luiz Cruls chefiou também a Comissão Limites, entre o Brasil e a Bolívia, em 1901, para demarcar as nascentes do rio Javari e a Comissão Punta Arenas, em 1882, responsável, junto com outros países, de observar a passagem de Vênus pelo disco solar.
Por este trabalho e os outros relacionados a cometas, recebeu de Paris a Medalha Val. Tem seu nome numa cratera em Marte, outra na Lua, e também em um cometa, que apareceu em setembro de 1882. O primeiro centro científico a transmitir sua posição foi o Observatório Imperial do Rio de Janeiro onde trabalhou e morou durante anos de sua vida.
Cruls faleceu em Paris, em 21 de julho de 1908, vítima de malária e de outras doenças endêmicas adquiridas ao longo da vida.
ICOLOGIA
Morador querido e respeitado por seu desprendimento e grande conhecimento seu Ico (1926c/2006) como era conhecido em Pirenópolis deve estar lá no céu ao lado de Mazzaropi, tocando sua gaitinha e falando sobre a riqueza do nosso Cerrado, das nossas árvores, sobre a água que mata a nossa sede e nos dá o sacramento do batismo e, sempre bem-humorado, contando a história do estrangeiro em Pirenópolis que, ao deparar com um pé de lobeira, após examinar a fruta, diz radiante à mulher: "Veja, meu bem, o tamanho do jiló".

Teodorico Pereira, ex-sacristão da Igreja N. Sra. do Rosário foi celebrizado por Regina Casé no programa "Brasil Legal" e foi protagonista do filme Icologia, apresentado no VII FICA - Festival Internacional de Cinema Ambiental, realizado na Cidade de Goiás. O filme venceu duas categorias do festival: Melhor fotografia (Gel Messias ) e melhor Filme (Ângelo Lima). E seguiu fazendo sucesso ganhando prêmios seguidos no Maranhão, Bahia, Amapá, Rondônia e em Portugal. Por ocasião da exibição do documentário no I FestCine Goiânia, onde também foi premiado, o jornalista Beto Leão escreveu o seguinte comentário:

"Icologia é uma elegia à natureza. O personagem central, Teodorico Pereira, o popular Seu Ico, conquista a cumplicidade da platéia logo nas imagens iniciais. Sua figura carismática de 1,80 metros de altura literalmente enche a tela às primeiras passadas de botas largas subindo a ladeira, ao som de sua indefectível gaita, com sua voz mansa e pausada característica penetrando fundo nos ouvidos do espectador, que, silencioso, ouve a ciência de um homem no alto dos seus 80 anos de experiência de vida junto à natureza, seu habitat natural."

São 26 minutos de documentário onde Seu Ico fala sobre Pirenópolis, farmacologia natural, sobre a força telúrica da natureza, a importância vital da água e das plantas para a sobrevivência do homem na face da Terra, misturando sabedoria popular e crenças religiosas e faz um alerta contra a destruição do meio ambiente.
A LENDA DO FROTAAntônio Rodrigues Frota, aventureiro, grande proprietário de terras e garimpos, senhor de muitos escravos viveu em Pirenópolis no século 18. Segundo a lenda era truculento e avarento e não gostava de pagar a Portugal o "quinto", imposto sobre o ouro extraído e por isso escondia a maior parte do produto que lhe era entregue em garrafas de barro que eram enterradas nos morros vizinhos à serra dos Pireneus.

Construiu um castelo de dois pavimentos, tendo em sua lateral direita uma torre circundada por longa escadaria, além da igreja própria consagrada a Nossa Senhora do Monte do Carmo, para que nela sua família assistisse às missas domingueiras caminhando por tapetes estendidos para não sujarem os pés. A esposa e duas filhas eram arrogantes e ostentavam sua riqueza, cobrindo-se de colares, anéis e braceletes, e usavam ouro em pó nos cabelos nas festas.

Quando Antônio Frota e mulher morreram, as duas filhas, órfãs e despreparadas acabaram na miséria vítimas da cobiça das autoridades. Conta-se que podiam ser vistas mendigando pelas ruas de Meia Ponte. Muita gente ainda acredita que exista ouro enterrado.

Hoje, do Morro do Frota se tem uma das mais belas vistas panorâmicas de Pirenópolis.

A CASA DAS 365 JANELAS
O Comendador Joaquim Alves de Oliveira, nascido em Pilar de Goiás, chegou a Pirenópolis em 1795. Tenente-coronel Comandante, educado por jesuítas em São Paulo, empreendedor, fez fortuna no Rio de Janeiro. Proprietário de um dos maiores engenhos de cana de açucar do Brasil, São Joaquim, hoje Fazenda Babilônia, com cerca de 200 escravos e uma tropa de 300 muares foi responsável por um intenso comércio de gêneros e algodão exportado para a Inglaterra. Trouxe o primeiro jornal do centro oeste, a Matutina Meiapontense.

Não existem documentos que assegurem a existência do que teria sido o Palacete do Comendador construído no início do século 19 em Pirenópolis.

Existem sim, muitas especulações: que foi construída com materiais do Castelo do Frota, que tinha dois pavimentos, amplos salões para reuniões e bailes, inúmeros cômodos para hóspedes além da área privativa do Comendador e que havia uma janela para cada dia do ano!

Não deixou herdeiros e quando morreu, os moradores da cidade demoliram o casarão colonial para procurar ouro e para aproveitar suas peças na construção de outras casas.

A IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS
Foi a igreja construída pela população negra entre 1743 e 1757, na colina em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário.
Sem a riqueza que os portugueses usaram nas igrejas dos brancos, a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Pirenópolis recebeu trabalho primoroso de entalhes e pinturas em madeira, com 7 altares cinzelados considerados os mais ornados da região e característicos do barroco brasileiro.

Desfigurada por sucessivas reformas foi demolida em 1944 por ordem da Diocese de Goiás. Suas obras de arte foram levadas para outras igrejas ou vendidas. Atualmente seu altar adorna a igreja matriz de Pirenópolis após o original ter sido destruído por um incêndio em 2002.

MATUTINA MEIAPONTENSEO primeiro jornal do Centro Oeste foi editado em Pirenópolis , antiga Meia Ponte, pelo Comendador Joaquim Alves de Oliveira e seu primeiro diretor foi o padre Luís Gonzaga de Camargo Fleury.

Foram 526 números circulando na província de Goiás entre 5 de março de 1830 a 24 de maio de 1834 durante o Primeiro Império do Brasil. O primeiro jornal do Centro Oeste foi editado em Pirenópolis , antiga Meia Ponte, pelo Comendador Joaquim Alves de Oliveira e seu primeiro diretor foi o padre Luís Gonzaga de Camargo Fleury.Foram 526 números circulando na província de Goiás entre 5 de março de 1830 a 24 de maio de 1834 durante o Primeiro Império do Brasil.

Refletia as idéias da elite goiana de senhores escravistas, funcionava como diário oficial dos presidentes das províncias de Goiás e Mato Grosso publicando os atos de governo, mas era desprovido de censura em relação à publicação de anúncios,cartas dos leitores, sátiras e muito humor. Tornou-se importante fonte documental, pois através deste jornal pode se recriar o cotidiano e a vida cultural da época.

Fonte: http://www.pirenopolis.com.br/ExibeChamadas.jsp?pkLink=87
 
 
 

 

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