Descoberto novo tipo de gordura boa, a gordura bege
A cor da gordura
Também chamada de "gordura boa", a gordura marrom encontrada no corpo humano agora tem uma companheira - a gordura
bege.
É o que garante um novo estudo no qual os pesquisadores pela primeira vez
caracterizaram plenamente esse tipo de tecido que, ao contrário do que possa
parecer, combate a obesidade e tem importante papel no sistema imunológico.
As descobertas podem levar a formas mais específicas para enfrentar a
obesidade e o diabetes, eventualmente por meio do incremento dessas células de
gordura bege, dizem os pesquisadores.
Tipos de células de gordura
O estudo parece indicar que existem células gorduras de diversos tipos e
diversas funções, eventualmente com alterações de funções.
"Nós identificamos um terceiro tipo de célula de gordura," explica Bruce
Spiegelman, da Escola de Medicina de Harvard (EUA). "Há a gordura branca, a
gordura marrom, e agora a gordura bege. Este terceiro tipo de gordura bege está
presente na maioria ou em todos os seres humanos."
Na verdade, sempre se pensou que a gordura marrom existisse apenas em bebês,
servindo para mantê-los aquecidos.
Origem da gordura marrom
Mas a equipe de Spiegelman já havia mostrado anteriormente que a gordura
marrom queimadora de energia, encontrada no meio da gordura branca armazenadora
de energia em adultos, não era exatamente a gordura marrom clássica que se vê em
bebês.
A gordura marrom dos bebês vem dos músculos, enquanto nos adultos as células
de gordura marrom surgem do "escurecimento" da gordura branca.
No novo estudo, a equipe de Spiegelman clonou células bege retiradas do
tecido adiposo de camundongos para estudar a sua atividade em nível
genético.
Os perfis de expressão mostraram que, geneticamente, as células bege estão em
um ponto entre a gordura branca e a gordura marrom.
Inicialmente, elas têm baixos níveis de UCP1 (proteína desacopladora 1), um
ingrediente chave para a queima de energia e geração de calor, níveis
semelhantes aos da gordura branca.
Mas as células bege também têm uma notável capacidade de incrementar sua
expressão de UCP1, iniciando um programa de queima de energia que é equivalente
àquele da gordura marrom clássica, a dos bebês.
Irisina
A equipe também descobriu que as células bege respondem a um hormônio
conhecido como irisina, para ativar o programa de queima de energia.
Além do potencial terapêutico, as novas descobertas podem levar a novas e
melhores maneiras para caracterizar as significativas diferenças entre as
pessoas quanto ao número de células bege que cada uma possui, diz o Dr.
Spiegelman.
Fonte: http://diariodasaude.com.br
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