Como adoçantes artificiais podem aumentar a ingestão alimentar
Diversos
estudos têm buscado investigar a associação entre o consumo de bebidas contendo
adoçantes artificiais, como refrigerantes, a malefícios à saúde. Associações
como o consumo de refrigerantes contendo adoçantes artificiais e ataque cárdico
e derrame ou até mesmo associações entre o consumo destas bebidas a uma maior
circunferência da cintura tem sido encontradas. No entanto, através destes
estudos, os cientistas não conseguiram comprovar se os refrigerantes contendo
adoçantes artificiais realmente são as causas destes males e os estudos se
mostraram inconclusivos.
Porém,
recentemente, um estudo clareou as evidências no campo das pesquisas com
adoçantes artificiais. Ele sugere um mecanismo pelo qual os adoçantes
artificiais, como a sacarina e o aspartame, os quais são encontrados em
refrigerantes diet e light, por exemplo, enganam o nosso cérebro,
o impossibilitando de controlar a ingestão de energia. O estudo foi realizado
com 24 pessoas, das quais metade eram consumidores habituais de refrigerantes diet
ou light, os ingerindo no mínimo uma vez ao dia, e a outra metade não os
consumia. Todos participantes foram submetidos a um aparelho de escaneamento de
seus cérebros e ingeriram alternadamente água contendo adoçante natural e água
contendo adoçante artificial.
Através deste
estudo, os cientistas acreditam que encontraram a razão pela qual os adoçantes
artificiais podem promover um maior consumo de alimentos. Foi observada uma
diminuição na ativação de uma área do cérebro conhecida como núcleo caudado, a
qual é responsável pela recompensa e pelo controle da ingestão alimentar e da
motivação para comer, conforme havia o aumento do fornecimento de adoçantes
artificiais. Os cientistas também chamam a atenção para o fato de que estudos
já mostraram a associação entre a diminuição na ativação desta área do cérebro
e o aumento do risco para obesidade.
Um dos
pesquisadores explica que o cérebro normalmente utiliza um mecanismo para
regular a ingestão alimentar que relaciona o sabor doce ao consumo de calorias.
Porém, quando um alimento doce não confiável (como os adoçantes artificiais) é
ingerido e o cérebro não consegue fazer esta ligação, este mecanismo de
reconhecimento se torna confuso e aprende a ignorá-la, não associando mais o
sabor doce ao fornecimento de calorias.
É importante
ressaltar que este é um estudo de pequena escala, o que abre portas para erros.
Porém, mesmo assim, é a mais recente pesquisa científica sugerindo o mecanismo
pelo qual pode existir a ligação entre o consumo de refrigerantes diet e
light e problemas de saúde, como a obesidade.
Referência-
matéria e imagem: baseado em matéria de Paul Kedrosky para o “The
Atlantic”. Junho de 2012. Disponível em: http://migre.me/9wCxs
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