Histórico de Jaraguá
Jaraguá é uma cidade nascida no
ciclo do ouro em Goiás, mas a data do início de seu povoamento foi motivo de
polêmicas. Enquanto alguns apontavam os anos de 1727 a 1729, outros diziam ser
1731 a 1732, sendo estas datas todas oriundas da oralidade, sem nenhuma
comprovação dos fatos.
Nos anos de 1996, o escritor e
pesquisador Paulo Bertran lança o livro: Notícia Geral da Capitania de Goiás e a
obra publica um documento histórico inédito na historiografia goiana, chamado
“Descripção da Capitania de Goyaz e tudo o que nella hé notável te o anno de
1783” encontrado nos arquivos da Biblioteca Nacional no Rio de
Janeiro.
Em relação a Jaraguá, o
documento diz que o Arraial do Córrego do Jaraguá foi descoberto em 1736 por
pretos faiscadores.
Este valioso acervo histórico
foi publicado em 20/7/l.783, e encontra-se no terceiro andar Sessão de
Manuscritos da Imperatriz Tereza Cristina, sob códice 16.3.2 na
Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e sua “microfilmagem” na Secretaria
Municipal da Educação de Jaraguá, estando à disposição dos interessados para
verificação.
Com a exploração das jazidas
auríferas iniciou-se o povoamento, surgindo às primeiras habitações,
definindo-se as ruas e a construção de uma capela sob a evocação de São José e
Nossa Senhora da Penha.
Ao lado da exploração do ouro
houve a formação de sítios e fazendas para a produção de alimentos a fim de
atender a população daquelas minas. No final do século XVIII já havia no Arraial
do Córrego do Jaraguá, engenhos que produziam aguardentes para a
comercialização. Nesta época, o Arraial possuiu um considerado crescimento
agrícola.
No início do século XIX, em
virtude da diversificação da economia, o arraial se encontrava entre os
prósperos arraiais da Capitania de Goiás. Viajantes europeus como J.Emmanuel
Pohl, August de Saint’Hilaire que visitaram o Arraial, o apontaram como populoso
e quase do mesmo tamanho que Meia Ponte (Cabeça do Julgado).
O Arraial do Córrego do
Jaraguá, atual Jaraguá, pertencia, ao tempo da “Notícia Geral”, ao Julgado de
Meia Ponte. Nascida com a mineração, experimentaria grande crescimento como
centro de colonização agrícola do Mato Grosso goiano desde fins do século XVIII.
Em 1833 através do Decreto Nº. 8
de 1º de julho, o Arraial do Córrego do Jaraguá é elevado à categoria de Vila
com a mesma denominação.
Pela localização próxima à
estrada que conduzia ao Rio de Janeiro e a Capital da Província Vila Boa,
Jaraguá era um ponto de passagem para várias direções e, este fator, também
colaborou para sua prosperidade. Jaraguá recebeu imigrantes de outras regiões da
Província de Goiás, principalmente antigos centros mineradores que entraram em
decadência. Isto contribuiu para o desenvolvimento da Vila, pois, os
descendentes desses imigrantes tiveram um papel importante na condução da vida
econômica, social e política de Jaraguá no decorrer do século
XIX.
Em 25 de julho de 1882, a Vila
de Nossa Senhora da Penha de Jaraguá eleva-se à categoria de cidade através da
resolução 666, emancipando-se de Meia Ponte (Pirenópolis).
No século XX, com o surgimento
da “modernidade”, o Governo Federal estabelece metas que visavam a ocupação do
Centro-oeste, brasileiro tais como: abertura de novas estradas, abertura da
ferrovia no sudeste do estado e a construção de Goiânia a nova Capital do
Estado.
A marcha para o oeste, a maior
procura de terras agricultáveis, a implantação da Colônia Agrícola Nacional que
resultou no surgimento das cidades de Ceres e Rialma e por último, a construção
da Capital Federal (Brasília) proporcionaram um impulso desenvolvimentista no
município. A produção econômica alterou-se substancialmente, voltando-se mais
para a comercialização da produção. Assim, a partir da década de 1940 houve um
crescimento urbano significativo.
No início da década de 1960
Jaraguá sentiu os impactos decorrentes da construção da BR-153, mudando o ritmo
de seu crescimento, ganhando oportunidades para ocupar o papel de núcleo
comercial, dinamizando sua expansão urbana.
No final dos anos 70 a cidade de
Jaraguá vê crescer o domínio das máquinas, elevando-a ao título de Capital das
Confecções.
O Conselho do Patrimônio
Histórico e Artístico de Jaraguá desenvolveu em 2.011, um estudo embasado nos
trabalhos do pesquisador goiano Paulo Bertran, visando oficializar uma data de
fundação para Jaraguá, visto que a mesma configurava-se nos meios de comunicação
constando apenas a data de emancipação política, 1882, quando na verdade,
Jaraguá é bicentenária, oriunda do Ciclo do Ouro, e este ano,em 29 de julho de
2011, completará 275 anos.
Assim, no dia 21 de junho de
2011, a augusta e respeitável casa de leis, devolve à nossa lendária terra a sua
verdadeira identidade.
Jaraguá, descoberta em 1.736
por pretos faiscadores.
Criador do Exército Brasileiro era goiano de
Jaraguá
Joaquim Xavier Curado - Jaraguense 1º General
Goiano, Marquês de S. João das Duas Barras e Criador do Exército
Brasileiro
Texto de Maria Helena de Amorim
Romacheli (Historiadora e membro do IHGG) publicado no Jornal Diário da Manha no
dia, 13/02/2012 – Editoria Opinião Pública – Ano 31 – nº
8.903.
Tentando fazer justiça à memória
do mais notável goiano, Joaquim Xavier Curado, esclarecendo sua origem natal,
tento neste texto, alinhar provas de que ele nasceu em Jaraguá e não em
Pirenopólis.
1) O sobrinho do General
Curado, que leva o nome de seu irmão, Inácio Soares de Bulhões, nascido em
Jaraguá em 1819, fundou o segundo jornal goiano A Província de Goyaz.
No dia 25.08.1870, publicou: ”...Jaraguá deu a luz ao primeiro general
goiano, marques de S. João da Duas Barras, Joaquim Xavier Curado... e de quem o
general Raimundo José da Cunha Mattos, visitava sempre em sua casa, e recorda em
preciosa memória...”.
2) O general Raimundo
José da Cunha Mattos, português, foi transferido para esta província como
governador das armas, homem culto e de visão, promoveu em 1823-1824, o primeiro
censo da região, cuja parte se referindo a Jaraguá, consta na página 123 do
livro História de Jaraguá. Esse general, como vimos, amigo intimo do
general Curado, havia narrado em livros, o cotidiano da província e, na
publicação intitulada Itinerário do Rio de Janeiro ao Pará e Maranhão pelas
Províncias de Minas Gerais e Goyaz – 1836, à página 321, do segundo tomo,
escreveu: “...Homens ilustres de cada arraial:... general Joaquim Xavier...
natural do Córrego do Jaraguá). À página 148 do primeiro tomo, repete, com a
seguinte citação: “Jaraguá... onde também nasceu o exmo, tenente-general Joaquim
Xavier Curado.”
3) Francisco Ferreira
dos Santos Azevedo, no seu texto do Annuario Histórico, Geográfico e
Descriptivo do Estado de Goyas, publicado em 1910, escreve: “Jaraguá
ufana-se de haver sido o berço de goianos ilustres... dentre os filhos deste
abençoado recanto da nobre terra goyana, destaca-se no azul da história, a
figura homérica de Joaquim Xavier Curado...”
4) Do pároco de
Corumbá, em 1827: escreve sobre o cunhado do general e seu filho, ao mandar um
atestado ao imperador:
“Atesto com juramento...que
Antônio José Abrunhosa Campos... que foram os primeiros moradores dos arraias de
Meia Ponte o seu bisavô tenente-general Clemente da Costa Abreu e, seu avô José
Gomes Curado, de Jaraguá”. Portanto ele era bisneto do primeiro morador de Meia
Ponte e neto do primeiro morador de Jaraguá.
Diante de tantas evidências
documentais, para orgulho dos goianos seus conterrâneos, certo está, que Joaquim
Xavier Curado, nasceu em Jaraguá. É um grande goiano que merece sua história ser
bem contada e será ainda reverenciado e conhecido por todos.
Essa polêmica entre o general
Joaquim Xavier Curado nascido de Jaraguá ou Meia Ponte é extremamente positiva,
contrariando as opiniões de muitos. Torna o personagem conhecido pelos goianos
que na história deixam-no em patamar inferior ao que faz jus. É um goiano com
importância de Tiradentes. Tem um ditado que diz que o ovo da galinha é menos
nutritivo que o ovo da pata, mas é mais usado porque ao botar, grita e faz um
escarcéu enquanto que a pata retorna em silêncio ao ninho, ela faz
propaganda.
Os goianos têm que divulgar,
ensinar nas escolas, internet, comemorar o seu dia 2/12/1746, etc, enfim, ter
orgulho de seu herói. O Jornal Diário da Manhã, tem dado uma grande
contribuição, não negando jamais divulgar matérias a ele dirigidas e tendo
sempre as suas próprias. Quanto a ser general de Jaraguá já não há
dúvida.
Não existe essa de Jaraguá
pertencer a Meia Ponte, ambas nasceram na segunda década do século XVIII, ambas
eram arraiais só vindo a se tornar Vilas em 1832 e 1833 depois do general já ter
morrido e já um século e meio depois 1856, 1882 passaram a condição de
cidade.
Ser freguesia de Meia Ponte como
diz o batistério do herói, significa que na época Jaraguá era freguesa da igreja
pois só havia um padre para atender toda a região: nada a ver com o distrito
político geográfico.
Carnaval
Desde de 1982 Jaraguá tem um dos carnavais de rua mais tradicionais do Estado.
Fonte: http://www.jaragua.go.gov.br
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